terça-feira, 22 de julho de 2014

Nimesulida x Cetoprofeno

COMPARATIVO DUPLO-CEGO ENTRE NIMESULIDA E CETOPROFENO EM CIRURGIA DENTAL
Pierleoni, P.; Tonelli, P.; Scaricabarozzi, I. A Double-Blind Comparison of Nimesulide and Ketoprofen in Dental Sugery. Drugs, v. 46, s. 1, p. 168-170, 1993

SUMÁRIO:
A eficácia e a tolerância da nimesulida foram comparadas às do cetoprofeno, em estudo duplo-cego com 46 pacientes com indicação de tratamento de sintomas inflamatórios relacionados a cirurgia dental para extração de molar impactado..
A nimesulida foi mais eficaz e rápida do que o cetoprofeno na melhora dos sintomas como dor, tanto na mastigação quanto em repouso e sinais como inchaço e hiperemia associados ao procedimento operatório. Tais resultados foram acompanhados de ganho na qualidade do sono e recuperação das funções de mastigação e deglutição, que foram superiores no grupo de pacientes tratados com nimesulida.

MÉTODOS:
Foram selecionados 46 pacientes - 22 mulheres e 24 homens, entre 20 e 65 anos, para tratamento com nimesulida ou cetoprofeno.
Foram excluídos pacientes com intolerância a anti-inflamatórios não-hormonais (AINE´s), portadores de doenças gástricas, hepáticas ou renais prévias, e aqueles em tratamento com anticoagulantes. Não foi permitida a administração de anti-inflamatórios (exceto paracetamol) nas 24 horas anteriores à cirurgia.
O tratamento, iniciado no dia da cirurgia, prolongou-se até à remissão dos sintomas, ou por um período máximo de 5 dias.
A eficácia foi mensurada pela avaliação de dor espontânea, inchaço, hiperemia, dor após a mastigação, dor noturna, capacidade de ingestão de alimentos sólidos e de deglutição e qualidade do sono.
A tolerância foi avaliada pelo relato de ocorrência de reações adversas, não sendo pesquisada a origem das mesmas.
RESULTADOS:
Os pesquisadores consideraram a eficácia de nimesulida excelente em 6 pacientes, boa em 16 e regular em 2.Já a do cetoprofeno foi avaliada como excelente em 6 pacientes, boa em 9, regular em 6 e ineficaz em 2. As opiniões dos pacientes foram convergentes com as dos pesquisadores.
Quanto à tolerância, apenas 3 pacientes de cetoprofeno e 1 de nimesulida relataram efeitos adversos gastrintestinais, porém sem necessidade de suspensão do tratamento.


CONCLUSÕES:
Os achados deste estudo corroboram o uso de AINE´s para o tratamento de dor pós-cirúrgica e inflamação associada à cirurgia dental. Foi confirmado e ampliado o perfil de eficácia anteriormente demonstrado no tratamento de diversas condições inflamatórias, tanto por via oral quanto retal (BUCEI, E. et al. Studio clinico sull'attività terapeutica e la tollerabilità della nimesulide in formulazione odontostomatologia. Minerva Stomatologiea, v. 10, p. 827-831, 1990; Moniaci, O. et al. Valutazione dell'efficacia e della tollerabilità della nimesulide in alcune patologie odontoslomatologiche. Minerva Stomatologica, v. 37, p. 292-294, 1988; Scolari, G.; VARGIU, G.; SCARICABAROZZI, L. Trattamento con nimesulide della flogosi e del dolore post traumatico in chirurgia maxilo facciale.
Studio controllato vs. flubiprofen. Minerva Stomatologica, v. 12, p. 1039-1046, 1990. et al. 1990).
Nesta pesquisa, a nimesulida demonstrou maior eficácia e efeito anti-inflamatório mais rápido em comparação ao cetoprofeno, esta superioridade pode ser atribuída a ação neutralizadora de radicais livres do oxigênio, exercida pela nimesulida e já anteriormente comprovada (Capsoni, F. et al. Inhibition of neutrophils oxidative metabolism by nimesulide. Agents and Aelions, v. 21, p.121-129, 1987).

Peri implantite

Publicado em: 17/07/2014 14h26

Peri-implantite: etiologia e tratamento

Guaracilei Maciel Vidigal Junior explica o passo a passo do diagnóstico e tratamento da doença em dois casos clínicos.

Os implantes dentários encontram-se em uma situação única, ancorados nos ossos cortical e medular e emergindo através da mucosa para a cavidade oral. Esta é uma área de constante desafio, devido à formação do biofilme bacteriano. No caso dos implantes, o controle das forças oclusais também assume papel relevante na manutenção da homeostasia. Estes são os dois principais fatores etiológicos da peri-implantite, a perda óssea progressiva ao redor dos implantes, já osseointegrados, com formação de bolsa acompanhada ou não de sangramento e/ou supuração.
O primeiro passo do tratamento da peri-implantite é o diagnóstico da causa. Sendo associada à sobrecarga mecânica, frequentemente causada por trauma oclusal, o ajuste da prótese poderá paralisar e estabilizar o processo. Quando a etiologia for o acúmulo do biofilme bacteriano, inicialmente torna-se imperiosa a orientação do paciente quanto aos métodos de higiene oral e, principalmente, da importância do seu papel no resultado do tratamento. 
Nestes casos, o reequilíbrio somente se reestabelecerá por meio do controle do biofilme. A remoção do biofilme bacteriano subgengival é feita através de acesso cirúrgico. Nossas pesquisas in vitro, publicadas em 2005 e 2012, mostraram que a aplicação do jato de bicarbonato de sódio, por um minuto, nas superfícies contaminadas dos implantes foi capaz de remover completamente as bactérias. Porém, clinicamente, a forma do defeito ósseo influencia o sucesso do tratamento. Para alcançar o sucesso é importante que a forma do defeito ósseo permita alcançar toda a superfície contaminada do implante. Normalmente, defeitos ósseos angulares estreitos e profundos apresentarão prognóstico desfavorável, sendo a remoção do implante indicada.
Sendo o biofilme bacteriano completamente removido, deve-se optar entre duas técnicas cirúrgicas: regeneração óssea guiada ou eliminação cirúrgica da bolsa. Fatores como estética e localização na arcada influenciam nesta escolha. Para regeneração, devem-se usar barreiras de membrana e materiais de enxerto, sendo a seleção criteriosa dos biomateriais fundamental para o sucesso do tratamento. Na regeneração óssea guiada pode-se usar barreiras de membrana absorvíveis ou não absorvíveis.
Nos casos em áreas estéticas (caso clínico 1), em que há a necessidade de se obter pelo menos 2 mm de osso vestibular, para manter a estabilidade da margem mucosa em longo prazo, deve-se optar por uma barreira não absorvível com reforço de titânio como forma de garantir a obtenção da espessura óssea adequada. Nesta situação, a membrana ficará submersa durante o período de seis meses para regeneração óssea. Após esta fase é realizada a cirurgia para remoção da membrana e a coroa pré-existente é reinstalada. Em regiões sem comprometimento estético e, principalmente, quando o implante é imprescindível para manutenção da prótese implantossuportada podemos optar por uma membrana absorvível (caso clínico 2). Assim, a prótese, que foi removida para a realização da cirurgia, é reinstalada ao final do procedimento. Após a conclusão do tratamento, os pacientes devem ser inseridos em um programa de manutenção periodontal/peri-implantar.

Caso clínico 1
Figura 1 – Implante apresentando sinais clínicos e radiográficos de peri-implantite: fístula, supuração, bolsa peri-implantar e perda óssea.

Figura 2 – Aspecto vestibular mostrando a perda óssea atingindo a circunferência de todo implante, no terço cervical.

Figura 3 – Descontaminação da superfície do implante com jato de bicarbonato de sódio (um minuto pela vestibular e um minuto pela palatina).

Figura 4 – Enxerto com biomaterial.

Figura 5 – Membrana de e-PTFE com reforço de titânio.

Figura 6 – Retalho posicionado coronalmente, após seccionamento do periósteo e sutura realizada em dois planos: colchoeiro horizontal 5 mm abaixo da margem e pontos isolados nas margens do retalho.

Figura 7 – Aspecto da cicatrização.

Figura 8 – Cirurgia de reentrada após seis meses.

Figura 9 – Aspecto após a remoção da membrana. Observar a espessura do osso vestibular regenerado (vista oclusal).

Figura 10 – Retalho posicionado apicalmente e reinstalação da coroa protética.

Figura 11 – Aspecto radiográfico após um ano.

Figura 12 – Aspecto clínico após dois anos.


Caso clínico 2
Figura 1 – Prótese fixa implantossuportada. Protocolo all-on-four.

Figura 2 – Profundidade de sondagem de 9 mm ao redor do implante.

Figura 3 – Acesso cirúrgico evidenciando o grau avançado de perda óssea peri-implantar.

Figura 4 – Após a descontaminação da superfície do implante, através do jato de bicarbonato de sódio, o enxerto foi posicionado.

Figura 5 – O enxerto foi recoberto com membrana absorvível. Confeccionou-se um orifício de 5 mm no centro da membrana para poder posicioná-la deixando o pilar protético exposto. 

Figura 6 – O retalho foi reposicionado e as suturas realizadas.

Figura 7 – Controle radiográfico após seis meses.



Guaracilei Maciel Vidigal Junior
Especialista em Implantodontia – UGF; Especialista – UFRJ, Mestre – UFRJ e Livre-docente – UGF em Periodontia; Doutor em Engenharia de Materiais – COPPE/UFRJ; Pós-doutorando em Periodontia – UERJ; Professor visitante do Departamento de Cirurgia Oral e Periodontia – USP/Ribeirão Preto.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Fevereiro Turma 6

  Caros colegas e amigos. No último módulo finalmente desencantamos e realizamos cirurgias com duas duplas. Neste Carnaval a alegria vai ser ver todas as duplas realizando cirurgias. Temos um módulo com intensa programação e cirurgias bastante avançadas para todos nós.
   Gostaria da atenção de vcs para que revisem seus materiais para que nada falte no momento do atendimento dos pacientes. Não esqueçam que quem tem motor NSK, vem junto com o motor o transformador para evitar danos desagradáveis em locais que são 220v. Os demais motores, favor sempre verificar a voltagem do local antes de ligar.
   Desejo uma ótima viagem para todos.

Quinta, 14/02
9:00 - 11:30hs Manejo do tecidos peri-implantares (Camilo
14:00 - 17:30hs Clínica
18:00 - 20:00hs Triagem

Sexta, 15/02
8:30 - 11:30hs Clínica/Triagem
14:00 - 17:30hs Clínica
noite livre pois estaremos em Rosário do Sul na inauguração da clínica do Dr. Everton Leal, aluno de nossa primeira turma de especialização.

Sábado, 16/02
8:30 - 11:30 Clínica/Triagem
14:00 - 17:30 Clínica
18:00 - 20:00 Enxertos Ósseos (Leandro)

Fevereiro Turma 5

   Caros colegas, agora nesta semana do Carnaval, espero que tenhamos a lotação completa no módulo, pois em janeiro, além de eventos trágicos na cidade, tivemos problemas de presença de alunos e de montagem principalmente das Triagens.
   Espero que todos tenham aproveitado bem seus momentos de descanso e que no sábado estejamos juntos novamente.
   Uma ótima viagem para que vai para Santa Maria!!!

Sábado, 16/02
9:00 - 11:30hs Manejo dos Tecidos peri-implantares (Camilo)
14:30 - 17:30hs Clínica
18:00 - 20:30hs Clínica/Triagem

Domingo, 17/02
Manhã, tarde e noite - Clínica

Segunda, 18/02
8:30 - 11:30hs Trabalhos de conclusão e/ou conclusão da aula do Camilo
14:00 - 17:30hs Clínica

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Janeiro 2013

   O módulo de janeiro de 2013 foi diferente. Primeiro por causa da mudança dos horários e dias para tentar acomodar a agenda de todos, de forma a tentar facilitar um pouco os consultórios, pois a agenda normalmente é mais fraca em janeiro e fevereiro. Para todos é importante uma semana a mais no atendimento.
   Ficamos felizes com as primeiras cirurgias da Turma 6. Parabéns às duplas que se saíram muito bem nos seus procedimentos. Em fevereiro acredito que todos deverão operar, o que nos dá muita satisfação.
   O módulo também ficou marcado por muitas ausências na Turma 5, o que provocou uma alteração de última hora nas triagens. Espero que em fevereiro possamos ter mais audiência, até porquê começaremos as apresentações das monografias.
   Por último, o módulo também ficará marcado pela tragédia que se sucedeu em Santa Maria com a morte de tanta gente jovem. Nossa faixa etária de atuação é justamente com vcs jovens e isso realmente dá um aperto no coração, pois qualquer um poderia ter escolhido se divertir um pouco naquela casa noturna. O destino foi muito bom para todos nós. Queria deixar registrado meus sentimentos para todos que de alguma forma se viram envolvidos com esta tragédia sem tamanho. A dimensão real só se dará dentro do coração de cada um que ficou para viver após janeiro de 2013.
   Aguardo as turmas em fevereiro. Abraços a todos!!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mesmo atrasado, desejo a todos nossos alunos um ótimo 2013. Que possamos ter uma convivência muito importante neste ano, buscando passar experiências adquiridas e recebendo em troca o melhor que vcs podem nos dar que é a confiança no trabalho que executamos.
Muita saúde, amor e trabalho à todos!!