sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Turma 7 - Módulo de agosto

Boa tarde, meus amigos!
Infelizmente não pude ficar todo o módulo em julho, mas agora em agosto ficarei até o final e vamos fazer um churras no futebol, que eu patrocino a carne!
Notei poucos pedidos de implantes neste mês...
Abaixo a programação do mês, lembrando que a partir do próximo mês, pelo menos um turno teórico será realizado no formato de seminários, onde os grupos terão um ou dois artigos para ler e resumir para o grupo todo.
Boa viagem a todos!

Quinta, 21/08
9:00 - 11:30 - Enxertos em bloco / Leandro Nunes
Tarde e noite - Clinicas, lembrando que a triagem tem preferência das 18:00 às 19:00hs

Sexta, 22/08
9:00 - 11:30 - Prótese sobre implantes / Marchioni
Tarde e noite - Clínicas

Sábado, 23/08
Manhã e tarde - Clínicas

Turma 8 - Módulo de agosto

Boa tarde para todos.
No módulo passado, por motivos familiares não consegui acompanhar todo o módulo com vcs. Espero que tenha sido produtivo a entrada em clínica para já iniciar os planejamentos dos casos clínicos.
Esperamos que as triagens deste mês também sejam bastante recheadas de bons casos.
Neste módulo iríamos fazer Hands On das duas marcas que trabalhamos no curso, mas a Neodent não tinha disponibilidade dos kits por questões de eventos em Curitiba, portanto faremos duas aulas práticas, uma será o hands on cirúrgico da Straumann e outra atividade prática será a de suturas.
Para a atividade da sutura preciso que vcs tragam porta agulhas, pinças, tesouras e fios. Podem ser fios mais baratos, o objetivo é treinar suturas que não são tão usuais na clínica diária. Para dar os pontos, podem trazer uma esponja daquelas que se usam para lavar louça.
Para a atividade com implantes, teremos os kits, mandíbulas e implantes. Precisamos que quem tiver os motores já tragam na atividade, pois serão utilizados e já podemos ajudar a fazer as programações. Preciso também dos contra ângulos para a inserção das brocas.
Preciso saber quantos motores estarão disponíveis para ver se precisamos levar mais algum, portanto, me respondam o recebimento deste mail.
Abaixo a programação:

Quarta, 20/08
14:00 - 17:30 - Introdução à técnica cirúrgica / Leandro Nunes
18:00 - 20:30 - Anestesiologia / Eduardo Fetter

Quinta, 21/08
9:00 - 11:30 - Cirurgia Straumann / Camilo Thaddeu
14:00 - 17:00 - Hands On Straumann e suturas / Camilo, Leandro e consultores Straumann
18:00 - 20:30 - Triagem

Sexta, 22/08
9:00 - 11:30 - Biologia óssea / Camilo Thaddeu
14:00 - 17:30 - Farmacologia / Eduardo Fetter
18:00 - 20:30 - Triagem

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Post do Leandro Nunes na Implant News

Publicado em: 14/07/2014 08h54

Instalação prematura de implantes em alvéolos frescos

Leandro Soeiro Nunes fala sobre a eficácia da terapia de Regeneração Óssea Guiada (ROG).

O momento da instalação do implante após uma extração é uma importante decisão e deve ser baseada em adequados exames clínico e de imagem. A colocação imediata de implantes em alvéolos frescos é uma realidade e, se bem executada, gera resultados satisfatórios. Porém, essa técnica é relativamente complexa e o sucesso está fortemente associado à experiência profissional, conhecimento de anatomia, boa técnica cirúrgica e utilização de bons materiais. A pressa e ansiedade dos pacientes em resolver logo seus problemas leva muitos profissionais a correrem riscos desnecessários, que podem prejudicar os resultados a médio e longo prazo. Em alguns casos, a presença de infecções e avançada perda óssea contraindica a realização da colocação imediata do implante e devemos esperar algumas semanas para realizar a instalação da fixação. A colocação prematura de implantes dever ser associada à regeneração óssea guiada, a fim de regenerar a estrutura óssea que foi perdida. De acordo com a Conferência de Consenso do ITI (2013), tanto a colocação imediata de implante quanto a colocação prematura de implante permite a obtenção de excelentes resultados estéticos, porém essas técnicas apresentam diferentes graus de dificuldade.
Estudos clínicos têm demonstrado que implantes colocados em locais com ausência de osso vestibular apresentam maior índice de complicações com tecidos moles e/ou prognóstico comprometido em longo prazo. A fim de evitar o aumento das complicações e falhas associadas aos locais com inadequado volume ósseo, tem sido demonstrada a importância dos procedimentos regenerativos prévios, ou durante a inserção dos implantes. A Regeneração Óssea Guiada (ROG) é comumente entendida como a reposição de estrutura óssea perdida ou deficiente, por elementos de igual organização estrutural, de forma que a porção perdida é completamente restaurada em função e estrutura. A eficácia da terapia de ROG, tanto na reconstrução do osso alveolar prévia à colocação de implantes, quanto ao redor de superfícies de implantes expostos no momento da colocação, tem sido bem documentada na literatura. Diferentes técnicas e materiais, incluindo membranas reabsorvíveis e não reabsorvíveis utilizadas sozinhas ou em conjunto com enxertos autógenos, alógenos, aloplásticos, têm sido utilizadas em procedimentos de ROG com resultados encorajadores.
Para a realização simultânea da instalação dos implantes com ROG associada, alguns pré-requisitos são necessários e o clínico pode usar os seguintes critérios para ajudar na tomada de decisões:
• Possibilidade de colocar o implante na correta posição tridimensional, do ponto de vista estético e funcional;
• Deve ser possível atingir a estabilidade primária nesta posição específica;
• O defeito ósseo peri-implantar deve ter uma morfologia favorável para permitir uma regeneração óssea previsível na área do defeito.
 A colocação do implante na posição tridimensional correta é muito importante para um resultado funcional e estético otimizado (Figura 1). Além disso, a estabilidade primária é um pré-requisito importante para o sucesso da osseointegração, portanto um rebordo residual que permita a estabilização do implante é fundamental para a realização desta técnica.

Figura 1 – Posicionamento tridimensional ideal do implante.  
Figura 2 – Defeito de duas paredes (mesial e distal) encontrado em sítio de extração precoce. Esta característica anatômica é favorável para a técnica de ROG.


Um fator local muito importante para o sucesso da ROG simultânea à instalação de implantes é a morfologia do defeito ósseo. Um método bem estabelecido, usado para diferenciar diversas situações clínicas é a contagem das paredes ósseas que podem contribuir para a neoformação óssea. A regra é fácil: quanto mais paredes ósseas disponíveis num defeito, melhor o potencial de cicatrização num determinado local. O defeito de uma parede (Figura 2) representa uma situação clínica mais exigente do que um defeito de duas ou três paredes, pois este possui morfologia favorável e são encontrados com frequência em sítios pós-extração. (Figura 3).

Figura 3 – Defeito ósseo de uma parede, o que torna a técnica de ROG mais imprevisível e difícil de realizar.


Com o objetivo de acelerar a neoformação óssea e manter, em longo prazo, o volume ósseo criado, deve-se utilizar implantes com adequado tratamento de superfície, materiais com propriedades osteogênicas em contato com o implante e uma camada de material com baixo índice de reabsorção. Sendo assim, o osso autógeno proveniente de um raspador ósseo e obtido no mesmo sítio cirúrgico deve ser aplicado diretamente na superfície do implante exposto (Figuras 4 e 5). Uma camada de biomaterial com baixo índice de reabsorção (Hidroxiapatita – BioOss) deve ser aplicado sobre o osso autógeno, para melhorar o contorno alveolar e manter a arquitetura do enxerto a longo prazo (Figura 6). A membrana de colágeno reabsorvível atua como barreira temporária, mantendo os biomateriais no correto local e protegendo de invasão celular indesejável (Figura 7). O fechamento da ferida por primeira intenção é essencial para o sucesso do tratamento e deve ser realizado sem tensão (Figura 8). Após o período de osseointegração, o implante pode ser exposto e receber a reabilitação protética (Figuras 9 e 10)
Figura 4 – De acordo com os príncipios da ROG, a superfície exposta do implante é coberta por uma camada de osso autógeno, obtida do mesmo sítio cirúrgico,
utilizando raspador específico (demonstrado na presente figura).
Figura 5 – Camada de osso autógeno em contato com a superfície do implante, com o objetivo de acelerar a neoformação óssea.

Figura 6 – Sobre a camada de osso autógeno, aplica-se uma camada de biomaterial com baixo índice de reabsorção (BioOss, Geistlich, Wohlhusen, AG, Switzerland). Esta camada é utilizada para aumentar o volume da reconstrução óssea e prevenir a reabsorção do osso autógeno no período pós-operatório.
Figura 7 – Com o objetivo de proteger os materiais de enxerto e manter os mesmos no local adequado utiliza-se uma membrana reabsorvível de colágeno (BioGide, Geistlich, Wohlhusen, AG, Switzerland). Com uma única membrana pode-se realizar a técnica de dupla camada, que mantém a função de barreira por maior tempo.

Figura 8 – O fechamento completo do retalho deve ser feito sem tensão. 
A utilização de fio inerte e não reabsorvível, como o fio de mono-nylon, é preferível.
Figura 9 – Aspecto oclusal da reabilitação protética com um ano de acompanhamento.


Figura 10 – Aspecto vestibular da reabilitação protética com um ano de acompanhamento.


A técnica de colocação de implantes com ROG simultânea apresenta alta previsibilidade com bons resultados estéticos, podendo ser aplicada tanto na região anterior (Figuras 11-17) quanto posterior (Figuras 18-25).

Figura 11 – Aspecto clínico após seis semanas da exodontia, demonstrando a cicatrização dos tecidos moles e resolução da infecção que estava associada à fratura radicular.
Figura 12– Implante (Straumann Bone Level, 4.1x12mm,AG, Basel, Switzerland)  instalado na correta posição tridimensional. 


Figura 13 – Osso autógeno cobrindo a superfície exposta do implante.
Figura 14 – Sobre a camada de osso autógeno aplica-se uma camada de biomaterial com baixo índice de reabsorção
(BioOss, Geistlich, Wohlhusen, AG, Switzerland). 

Figura 15 – Membrana reabsorvível de colágeno para proteger os biomateriais
e permitir um adequado reparo ósseo.
Figura 16 – Aspecto clínico vestibular da reabilitação protética. 

Figura 17 – Aspecto final da reabilitação protética, demonstrando a saúde peri-implantar e manutenção do volume obtido com a ROG.
 

Figura 18 – Aspecto radiográfico inicial, demonstrando a fratura radicular.
Figura 19 – Exodontia dos fragmentos radiculares fraturados.


Figura 20 – Aspecto clínico do defeito ósseo no momento da exodontia.
Figura 21 – Sutura do alvéolo.


Figura 22 – Instalação do implante (Straumann Bone Level, 4.1x12mm,AG, Basel, Switzerland)
na correta posição tridimensional e ROG associada.
Figura 23 – Aspecto clínico vestibular da reabilitação protética após um ano do pós-operatório.


Figura 24 – Vista oclusal da reabilitação protética. Observar a manutenção do volume vestibular obtido com a técnica de ROG.


Figura 25 – Exame de imagem realizado após a instalação do implante com ROG simultânea. Neste exame, pode-se observar o volume ósseo obtido no aspecto vestibular do implante, onde havia um defeito ósseo.


Nos últimos anos, significantes progressos foram obtidos na Implantodontia. A colocação de implantes em locais com inadequada quantidade óssea tornou-se rotina diária e os procedimentos regenerativos tornaram-se extremamente importantes para a obtenção de adequada osseointegração. Defeitos ósseos localizados podem ser tratados com alta previsibilidade e proporcionam altos índices de sucesso dos implantes a longo prazo. A colocação de implantes com simultânea regeneração óssea guiada tornaram-se procedimentos de rotina na Implantodontia e são influenciados por alguns fatores, sendo que a utilização de técnicas consagradas, com materiais que apresentam evidência científica, além de uma adequada formação profissional são as chaves para o sucesso.

Leandro Soeiro Nunes
Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial – Ulbra/RS; Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial – USC/Bauru; ITI Scholar  – University of Bern/Suíça; Professor do curso de Implantodontia – ABO/RS.


Implant Dentistry

Trabalho de um colega de Porto Alegre publicado na ultima Implant Dentistry. Artigo simples e direto.
Vai o resumo abaixo:

Implant Dentistry:
doi: 10.1097/ID.0000000000000093
Basic and Clinical Research

Evaluation of Retention Forces and Resistance to Fatigue of Attachment Systems for Overdentures: Plastic and Metal Components

da Fontoura Frasca, Luis Carlos DDS, PhD*; Castro Mattia, Paulo Roberto DDS, MS; Botega, Daniela Maffei DDS, PhD; Rivaldo, Elken Gomes DDS, PhD§

Collapse Box

Abstract

Purpose:
To compare retention forces of 3 overdenture attachment systems with metal and plastic components.
Materials and Methods:
Four samples of each system evaluated (Ball-Attachment [metal]; O-Ring, and ERA [plastic]) were prepared and underwent fatigue and retention force in a universal testing machine. Maximum retention force (N) was measured at 6 time points (from 0 to 36 months—0.5 mm/min). Two-way analysis of variance and the Tukey test were used (α = 0.05).
Results:
The Ball-Attachment group showed the highest retention values, statistically greater than the other systems, without differences during the trial (42.75–44.75). The ERA group had intermediate values and a statistically significant decrease during the trial (20.75–14). The lowest retention forces were found for the O-Ring group (13.75–11.75), with no statistical differences during the trial.
Conclusion:
Retention forces are significantly affected by abutment type because the metal retainer was more retentive than plastics, possibly providing better fixation of the prosthesis in position, and more difficult to remove. After 6 months of simulation, retentiveness of both plastic components was similar. There was no fracture of any component.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Nimesulida x Cetoprofeno

COMPARATIVO DUPLO-CEGO ENTRE NIMESULIDA E CETOPROFENO EM CIRURGIA DENTAL
Pierleoni, P.; Tonelli, P.; Scaricabarozzi, I. A Double-Blind Comparison of Nimesulide and Ketoprofen in Dental Sugery. Drugs, v. 46, s. 1, p. 168-170, 1993

SUMÁRIO:
A eficácia e a tolerância da nimesulida foram comparadas às do cetoprofeno, em estudo duplo-cego com 46 pacientes com indicação de tratamento de sintomas inflamatórios relacionados a cirurgia dental para extração de molar impactado..
A nimesulida foi mais eficaz e rápida do que o cetoprofeno na melhora dos sintomas como dor, tanto na mastigação quanto em repouso e sinais como inchaço e hiperemia associados ao procedimento operatório. Tais resultados foram acompanhados de ganho na qualidade do sono e recuperação das funções de mastigação e deglutição, que foram superiores no grupo de pacientes tratados com nimesulida.

MÉTODOS:
Foram selecionados 46 pacientes - 22 mulheres e 24 homens, entre 20 e 65 anos, para tratamento com nimesulida ou cetoprofeno.
Foram excluídos pacientes com intolerância a anti-inflamatórios não-hormonais (AINE´s), portadores de doenças gástricas, hepáticas ou renais prévias, e aqueles em tratamento com anticoagulantes. Não foi permitida a administração de anti-inflamatórios (exceto paracetamol) nas 24 horas anteriores à cirurgia.
O tratamento, iniciado no dia da cirurgia, prolongou-se até à remissão dos sintomas, ou por um período máximo de 5 dias.
A eficácia foi mensurada pela avaliação de dor espontânea, inchaço, hiperemia, dor após a mastigação, dor noturna, capacidade de ingestão de alimentos sólidos e de deglutição e qualidade do sono.
A tolerância foi avaliada pelo relato de ocorrência de reações adversas, não sendo pesquisada a origem das mesmas.
RESULTADOS:
Os pesquisadores consideraram a eficácia de nimesulida excelente em 6 pacientes, boa em 16 e regular em 2.Já a do cetoprofeno foi avaliada como excelente em 6 pacientes, boa em 9, regular em 6 e ineficaz em 2. As opiniões dos pacientes foram convergentes com as dos pesquisadores.
Quanto à tolerância, apenas 3 pacientes de cetoprofeno e 1 de nimesulida relataram efeitos adversos gastrintestinais, porém sem necessidade de suspensão do tratamento.


CONCLUSÕES:
Os achados deste estudo corroboram o uso de AINE´s para o tratamento de dor pós-cirúrgica e inflamação associada à cirurgia dental. Foi confirmado e ampliado o perfil de eficácia anteriormente demonstrado no tratamento de diversas condições inflamatórias, tanto por via oral quanto retal (BUCEI, E. et al. Studio clinico sull'attività terapeutica e la tollerabilità della nimesulide in formulazione odontostomatologia. Minerva Stomatologiea, v. 10, p. 827-831, 1990; Moniaci, O. et al. Valutazione dell'efficacia e della tollerabilità della nimesulide in alcune patologie odontoslomatologiche. Minerva Stomatologica, v. 37, p. 292-294, 1988; Scolari, G.; VARGIU, G.; SCARICABAROZZI, L. Trattamento con nimesulide della flogosi e del dolore post traumatico in chirurgia maxilo facciale.
Studio controllato vs. flubiprofen. Minerva Stomatologica, v. 12, p. 1039-1046, 1990. et al. 1990).
Nesta pesquisa, a nimesulida demonstrou maior eficácia e efeito anti-inflamatório mais rápido em comparação ao cetoprofeno, esta superioridade pode ser atribuída a ação neutralizadora de radicais livres do oxigênio, exercida pela nimesulida e já anteriormente comprovada (Capsoni, F. et al. Inhibition of neutrophils oxidative metabolism by nimesulide. Agents and Aelions, v. 21, p.121-129, 1987).

Peri implantite

Publicado em: 17/07/2014 14h26

Peri-implantite: etiologia e tratamento

Guaracilei Maciel Vidigal Junior explica o passo a passo do diagnóstico e tratamento da doença em dois casos clínicos.

Os implantes dentários encontram-se em uma situação única, ancorados nos ossos cortical e medular e emergindo através da mucosa para a cavidade oral. Esta é uma área de constante desafio, devido à formação do biofilme bacteriano. No caso dos implantes, o controle das forças oclusais também assume papel relevante na manutenção da homeostasia. Estes são os dois principais fatores etiológicos da peri-implantite, a perda óssea progressiva ao redor dos implantes, já osseointegrados, com formação de bolsa acompanhada ou não de sangramento e/ou supuração.
O primeiro passo do tratamento da peri-implantite é o diagnóstico da causa. Sendo associada à sobrecarga mecânica, frequentemente causada por trauma oclusal, o ajuste da prótese poderá paralisar e estabilizar o processo. Quando a etiologia for o acúmulo do biofilme bacteriano, inicialmente torna-se imperiosa a orientação do paciente quanto aos métodos de higiene oral e, principalmente, da importância do seu papel no resultado do tratamento. 
Nestes casos, o reequilíbrio somente se reestabelecerá por meio do controle do biofilme. A remoção do biofilme bacteriano subgengival é feita através de acesso cirúrgico. Nossas pesquisas in vitro, publicadas em 2005 e 2012, mostraram que a aplicação do jato de bicarbonato de sódio, por um minuto, nas superfícies contaminadas dos implantes foi capaz de remover completamente as bactérias. Porém, clinicamente, a forma do defeito ósseo influencia o sucesso do tratamento. Para alcançar o sucesso é importante que a forma do defeito ósseo permita alcançar toda a superfície contaminada do implante. Normalmente, defeitos ósseos angulares estreitos e profundos apresentarão prognóstico desfavorável, sendo a remoção do implante indicada.
Sendo o biofilme bacteriano completamente removido, deve-se optar entre duas técnicas cirúrgicas: regeneração óssea guiada ou eliminação cirúrgica da bolsa. Fatores como estética e localização na arcada influenciam nesta escolha. Para regeneração, devem-se usar barreiras de membrana e materiais de enxerto, sendo a seleção criteriosa dos biomateriais fundamental para o sucesso do tratamento. Na regeneração óssea guiada pode-se usar barreiras de membrana absorvíveis ou não absorvíveis.
Nos casos em áreas estéticas (caso clínico 1), em que há a necessidade de se obter pelo menos 2 mm de osso vestibular, para manter a estabilidade da margem mucosa em longo prazo, deve-se optar por uma barreira não absorvível com reforço de titânio como forma de garantir a obtenção da espessura óssea adequada. Nesta situação, a membrana ficará submersa durante o período de seis meses para regeneração óssea. Após esta fase é realizada a cirurgia para remoção da membrana e a coroa pré-existente é reinstalada. Em regiões sem comprometimento estético e, principalmente, quando o implante é imprescindível para manutenção da prótese implantossuportada podemos optar por uma membrana absorvível (caso clínico 2). Assim, a prótese, que foi removida para a realização da cirurgia, é reinstalada ao final do procedimento. Após a conclusão do tratamento, os pacientes devem ser inseridos em um programa de manutenção periodontal/peri-implantar.

Caso clínico 1
Figura 1 – Implante apresentando sinais clínicos e radiográficos de peri-implantite: fístula, supuração, bolsa peri-implantar e perda óssea.

Figura 2 – Aspecto vestibular mostrando a perda óssea atingindo a circunferência de todo implante, no terço cervical.

Figura 3 – Descontaminação da superfície do implante com jato de bicarbonato de sódio (um minuto pela vestibular e um minuto pela palatina).

Figura 4 – Enxerto com biomaterial.

Figura 5 – Membrana de e-PTFE com reforço de titânio.

Figura 6 – Retalho posicionado coronalmente, após seccionamento do periósteo e sutura realizada em dois planos: colchoeiro horizontal 5 mm abaixo da margem e pontos isolados nas margens do retalho.

Figura 7 – Aspecto da cicatrização.

Figura 8 – Cirurgia de reentrada após seis meses.

Figura 9 – Aspecto após a remoção da membrana. Observar a espessura do osso vestibular regenerado (vista oclusal).

Figura 10 – Retalho posicionado apicalmente e reinstalação da coroa protética.

Figura 11 – Aspecto radiográfico após um ano.

Figura 12 – Aspecto clínico após dois anos.


Caso clínico 2
Figura 1 – Prótese fixa implantossuportada. Protocolo all-on-four.

Figura 2 – Profundidade de sondagem de 9 mm ao redor do implante.

Figura 3 – Acesso cirúrgico evidenciando o grau avançado de perda óssea peri-implantar.

Figura 4 – Após a descontaminação da superfície do implante, através do jato de bicarbonato de sódio, o enxerto foi posicionado.

Figura 5 – O enxerto foi recoberto com membrana absorvível. Confeccionou-se um orifício de 5 mm no centro da membrana para poder posicioná-la deixando o pilar protético exposto. 

Figura 6 – O retalho foi reposicionado e as suturas realizadas.

Figura 7 – Controle radiográfico após seis meses.



Guaracilei Maciel Vidigal Junior
Especialista em Implantodontia – UGF; Especialista – UFRJ, Mestre – UFRJ e Livre-docente – UGF em Periodontia; Doutor em Engenharia de Materiais – COPPE/UFRJ; Pós-doutorando em Periodontia – UERJ; Professor visitante do Departamento de Cirurgia Oral e Periodontia – USP/Ribeirão Preto.